quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

O Papel das Flores


As flores são vivas, belas e perfumosas. Já foram símbolo de paixão, num passado longínquo. Hoje, servem como presente de despedida para os que já deixaram de participar do teatro da vida. É como se fosse um grito de dentro, que clama por redenção, perdão e arrependimento. É como se as flores fossem o remédio para um remorso mortal, do qual substituem tudo que se fez e não se fez enquanto vivos pela carne. As flores são o último beijo, o último abraço e o adeus para quem aprendeu com a perda.

No entanto, seria digno, se tais flores fossem entregues numa segunda-feira, na hora do almoço, acompanhada de uma caixa de chocolates e um bom vinho. Seria de muito mais apreço, se fossem entregues numa noite qualquer, enquanto ela chega do trabalho, junto de um livro e um copo d’água. Seria muito mais vital, se fossem entregues num fim de tarde, olhando o pôr do Sol, com a boca pronunciando um “eu te amo” vindo da alma. Seria muito mais inspirador, se fossem entregues por nada, pelo simples fato de se viver. Seria muito melhor, se fosse mais realidade e menos utopia.

O papel das flores é fazer chorar de emoção e não de tristeza. O cheiro delas deve lembrar vida e não morte. A simplicidade natural delas deve remeter à simplicidade da vida e fazer-nos perceber o quão estamos perdendo felicidade em busca da mesma. Flores indicam boa vida, vida risonha, vida alegre.

Quer uma dica?

Colha um milhão de flores, rosas ou margaridas, brancas ou vermelhas, grandes ou pequenas, pegue o que conseguir pegar e entregue para o mundo. Uma para cada pessoa. Flores para quem faz parte de você e de alguma maneira, te faz falta. Não espere, faça agora. Aprenda com o erro alheio, não com o seu.

Flores não nascem para viver em cemitérios, nascem para serem apalpadas, cheiradas e guardadas no coração das pessoas. O que importa está vivo, é na vida que se faz a diferença. Não presenteie o remorso com tão belas criaturas, presenteie a alegria do agora, de quem te faz bem. Comemore a vida com as flores, o papel delas é fazer amor. Vivas Flores, morte não!

Posso te dar uma Rosa?

(Marcos Ubaldino)

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