segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Em Busca do Vale Desencantado


Buscar felicidade em tudo cansa. Quero ter o prazer de sentir a dor forte da tristeza pra endurecer minhas moleiras, esfriar minhas fogueiras e firmar meus desequilíbrios. Cansado de manter o personagem de mocinho pra agradar pessoas de total desinteresse. Essa cobrança de certezas, de extremos, de dedos apontando tua cara o tempo todo, então... Isso deixa a gente bem cansado.

Quando o politicamente correto se torna um padrão moral inviolável, é isso que me cansa. Quero encher a cara e falar mais alto que o pandeiro. Ter que se desdobrar pra provar ser uma boa pessoa é chato, sou mal pra cacete também. Quero quando quero e não quero quando não quero, simples. Sem risos falsos ou choros forçados, só quero viver em busca da felicidade distante, que nunca se aproxima, mas sempre te acha de vez em quando. Ela vem e vai, lide com isso. Por mais que você corra, não vai alcançá-la, ela que manda, indo e vindo. Aceite isso.

Quero aproveitar a tristeza ao máximo, e com força. Sem horários, sem planos, apenas regido pela ordem natural dos acasos. Quero dar socos, cantar músicas, viajar o mundo, ler 11 livros ao mesmo tempo. Quero o que quero, entende? Quero flertar sem lesar, quero elogiar sem paparicar, quero te comer sem insensibilidade. Comer o caralho, na verdade, quero te foder mesmo, com força, morder tua bunda e te dar 2 tapas na cara. Quero puxar teu cabelo e te chamar de "minha cachorra". Mas no amor, e lógico, mergulhado na cachorrice do tesão incontrolável que somos nós dois. Isso é amor. Compreende? 

Não quero rótulo, não quero liberdade teórica, quero o que quero a hora que quero. Na verdade, não sei bem o que quero. Às vezes nem quero, só sei que, quando quero, quero, e quando não quero, não sei se quero. Mas, uma coisa que quero sempre, querendo ou não, sabendo ou não, é você que quero. Ou não... Esse papo de mendigar entendimento e compreensão é pra fracos. Não é preciso provar o que não precisa ser provado. Na vida tem dessas coisas. Cobranças e  confianças, prazeres e desprazeres, é isso que equilibra a porra toda. No final, coração forte é o que dói e não morre. A lei da selva não prevalece.

Agora, voltemos ao nosso papel de sofredor nos acasos da vida real e corramos mais rápido atrás da felicidade que nunca será tua, nem minha. Ela nos domina, jamais o oposto. Ninguém pode com ela. Ela se basta e você, fraco, depende dela. Mendiguemos migalhas dos raros risos felizes e desprezemos banquetes de choros ordinários da senhora tristeza. Como somos ingratos...

(Marcos Ubaldino)

terça-feira, 22 de julho de 2014

Das Aventuras de um Amor Perdido


Antônio José era um reprodutor nato. Reprodutor não, pois só entrava por prazer e amor à vida, por respeito à felicidade e compromisso com as moças. Era um veterano arrombador, mesmo com sua juventude ainda presente, já era príncipe na arte de foder. As velhas fofoqueiras da rua - talvez úmidas por uma noite com ele - diziam que ele havia perfurado mais bocetas que todos os poetas do mundo. Era conhecido como descabaçador de meninas e despedaçador de corações. Arrombava tanto bocetas, quanto corações de suas incontáveis moçoilas. As mesmas velhas, sedentas pela rija endurecida de Antônio, fofocaram que o mesmo havia criado uma manada de tantos cornos, vítimas de sua espada penetrante e fama de veterano arrombador. Sabia viver esse garoto.

Com tudo, mesmo perfurando inúmeras bocetas, pretas, brancas e amarelas, lisas, peludas e aparadas, cheirosas e fedidas, encharcadas e ressequidas, estreitas e largas, beiçudas e reclusas, Antônio só pensava naquela. Aquela que não era a mais bonita, nem a mais carnuda, talvez, a mais cheirosa. Aquela que não só envolvia sua piroca rija para, indo e vindo, entrando e saindo, gozar litros. Aquela que reconhecia Antônio como algo além de um arrombador. Aquela que abraçava o coração dele só com os pequenos lábios. Antônio, comprometido com o prazer feminino, sentia nela não só uma gruta de veludo ensopada de tesão, mas sim, uma coisa que o preenchia por inteiro. Sentia uma mulher. Não uma boceta com mulher, mas uma mulher com uma coisa entre as pernas que não era mais importante que o sorriso do rosto dela mesma.

Mesmo sendo fiel ao seu compromisso com a vida, com as fêmeas e com a felicidade, Antônio não conseguia mais nem ser infeliz direito. Ele precisava dela, da mais cheirosa. Continuava com afinco o seu trabalho, descabaçando donzelas e martelando veteranas, mas só pensava naquela mulher com o sorriso entre as pernas, digo, com um sorriso mais lindo que as virilhas. Antônio deve ir em busca da que o preenche, da que o faz homem e não reprodutor. Ele deve e quer ir pro sorriso da mulher cheirosa. 

Pois bem... Antônio cansou-se das rachas fundas e enlarguecidas de seus compromissos. Cansou de se comprometer com a felicidade alheia. Cansou-se das flechadas obrigatórias de sua vara em alvos descansados. Cansou-se de fazer chorar as bocetas e só. Agora, Antônio quer a mulher, o sorriso, o cheiro e o algo mais. Quer sentir felicidade além de doar apenas, mesmo que na cama, no chão ou na cozinha. Antônio não quer mais nada! Só ela, o riso, o cheiro... 

Antônio só quer a moça do sorriso bonito com o melhor cheiro do mundo, e só.

(Marcos Ubaldino)

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Amor que Sobrou


Tomado de covardia e dor 
Abrandei-me com uma decisão
Fui até a tua janela
Com um envelope na mão


Frente à janela do teu quarto
Fui invadido pela emoção
Mesmo assim, tomei coragem
E arranquei do peito o coração

Coração que não me quis
Só por ti sabia bater
Não podia mais suprir
A ausência do teu ser

Ele, não mais me queria
Escolhi então te dar
No meu peito só doía
Com desejo de te amar

Coloquei-o no envelope
Tentando dele me abster
O que por mim, não mais batia
E só por ti suplicava viver

Selei com beijo e sangue
O que morava nesse buraco de dor
Que agora, longe de mim
Ele possa sentir teu amor

Joguei-o com força na tua janela
Estilhaçando o vidro e caindo na tua cama
O envelope é um presente
É a vida de quem te ama

Não foi o suficiente
Pois, ainda sobrou dor
Mas vou ficar com esse restinho
Que sobrou do teu amor

Cuida bem da minha vida
Que agora, bate em tuas mãos
Deixe que as sobras da ferida
Com a tua saudade sentida

Cicatrize a dor mantida
Da tua lonjura infinita
No buraco, que abrigava a minha vida
Renasça um novo coração

E quando o que lhe dei
Por ti, parar de bater
Não esqueça daquela ferida
Que de tanto te amar demais
Inventou uma nova vida.

Esta nova vida inventada
Materializou-se num outro coração
Que no meu peito, só sofre de dor
Desejando viver e morrer
Na palma da tua mão

(Marcos Ubaldino)

segunda-feira, 9 de junho de 2014

O Homem que não tinha Coração


Ela disse que eu não tinha coração e foi embora. Mal sabe ela que eu já tive um, mas antes dela, já o tinham levado e até hoje não devolveram. Não sobrou nada. Ficou só essa ferida aqui mesmo... Ela foi embora, levou-me tudo, até a ferida do coração que não morava mais aqui. Só esqueceu a saudade na cabeceira da cama.

Saudade... 

O preto do arco-íris
O enlouquecer quieto
O açoite sem chibata
Um prato sem comida
Um violão sem corda
A Eterna Desventura de Vinícius
A Construção de Chico
A Minha de Cartola
A Tristeza Bonita de Candeia
O cotovelo do coração
A mãe da covardia
A marca de giz num quadro apagado
O amor que sobrou
O raio que cai onze vezes no mesmo lugar

... Ela se foi, vestida de azul, ela brigou comigo, virou-me as costas, bateu a porta e saiu. Levou-me tudo, só deixou saudade... Azul era minha cor preferida, até ela ir embora vestida lindamente dele... Odeio azul. Até meu gosto ele levou, só esqueceu a saudade mesmo. Mas eu tirei a saudade da cabeceira e guardei-a na ferida que se abriu no lugar da ferida que ela levou. Vou escrever uma carta dizendo que ela esqueceu isso aqui. Vou dizer pra ela vir matar essa saudade ou pelo menos, arrancá-la do meu peito e levá-la com ela. Sei lá, só não quero ficar com isso. Só assim para que a ferida aberta em cima da outra, tenha paz e talvez, consiga cicatrizar antes de abrirem outra. Enquanto isso, agonizo a abertura infinda da ferida, à espera da devolução do coração que me levaram, ou pelo menos, da ferida que morava aqui antes dessa.

(Marcos Ubaldino)

terça-feira, 27 de maio de 2014

Melhores Dias



Minha máquina do tempo é a nossa música. Quando ouço, volto pro teu lado, volto pra nós, volto pra você e você pra mim. Ali você é (ra) minha. Volto no dia que nos conhecemos, vivo tudo de novo, enxergando em terceira pessoa, vendo nossa história como um filme, vendo tudo de bom que vivemos e dando “FF” nas partes chatas. Volto no dia que peguei tua mão pela primeira vez. Lembro cada segundo do primeiro sorriso teu que recebi – foi o dia mais feliz.

Lembro quando você ria e encostava a cabeça no meu ombro, ensaiando uma gargalhada – essa era a melhor parte. Lembro o jeito que mexia a boca quando me contava sobre teu dia, falando sem parar, e do cheiro das tuas unhas – esse era o melhor cheiro. Mas eu gosto mesmo é de voltar no dia que a gente se encontrava escondido – esse era o dia mais feliz. A gente não percebia nossa própria loucura. A gente não ligava pra nada. Nem pro dia, nem pra hora, nem pra chuva, nem pro orgulho. O mundo era nosso.

Contigo, tive vários “melhores dias da vida”, e o mais triste também - quando foi e não voltou. Mas continuo te esperando, sobrevivendo os dias mais tristes. Quando acho que vou morrer, ouço nossa música noventa e nove vezes e volto voando pro teu lado. Ameniza a dor, a vontade de morrer passa e minha espera se fortalece. Sinto vontade de viver mais um pouquinho, igualzinho ao nosso filme que reprisa quando toca nossa música. Como faz pra coragem prevalecer a covardia? Como saber se o orgulho não virou estupidez? Gostava mais quando a Dona Desculpa e o Senhor Abraço vinham conversar com a gente. Já me acostumei a te perder de vez em quando, menos pra sempre. Tinha mais graça quando você voltava. Das dores, a pior é a tua lonjura.

Enquanto isso, vou compensar tua distância ouvindo nossa música até você voltar, só de raiva. Até porquê, quando ela toca, o filme reprisa e você volta a ensaiar a gargalhada no meu ombro. Teu cheiro volta junto. Na minha máquina do tempo, quem manda sou eu e eu ordeno que você nunca saia daqui. Aqui, você é minha e eu faço o que quiser de você. E quando a música acabar e você for embora, abro os olhos, levanto rápido da cama e boto pra tocar de novo, e de novo, e de novo... Até a tua realidade perceber que precisamos fazer a parte dois do nosso filme, dessa vez sem drama. Comédia romântica combina mais com a gente.

(Marcos Ubaldino)

domingo, 18 de maio de 2014

O Chão que Resolvia Problemas


E ali terminavam nossos problemas, no chão sujo mesmo. Em meio às roupas e livros do teu quarto. A televisão ligada num volume baixo e somente nós dois...

Te esbofeteei a cara, te puxei o cabelo pela nuca, estapeei-te novamente e, com força, te desci, até teu rosto tocar o chão gelado. Joguei-te no chão, te fazendo cair de quatro, tal qual uma cachorra, pronta para ser penetrada. Você hesitou, mas quando te rasguei a intimidade da calcinha, se alegrou tanto que a alegria se materializou no tesão que escorria entre tuas pernas, sujando minhas mãos e minha língua. Você cheirava a tesão desvairado, algo louco, e pedia com autoridade de submissão, como uma mendiga por um pedaço de pão, para que eu entrasse em você. Te ajeitei os pés, enverguei-te em forma de arco, e enquanto tudo aquilo atrás de você, empinado, apontando para o alto, me encarava, deitei minhas mãos sobre tua cintura e caí com a língua dentro de você. Já encharcado de saliva, levantei, apertei com força as tuas ancas, puxando-a contra a minha em viagens de ida e de volta. Já estourando a cueca de tanta vontade, arriei minhas calças com pressa e entrei... Entrei fundo e fiquei.

Entrei com tanta força que te senti explodir na ponta de mim. Senti as batidas do teu coração no meu corpo inteiro, como se fôssemos um. Dançávamos a mesma música, no mesmo ritmo, com a mesma força, na mesma intensidade, com o mesmo suor, as mesmas unhas, os mesmos tapas, as mesmas mordidas, os mesmos gemidos, a mesma temperatura fervilhante. Um apenas. Entrei, e fui entrando várias vezes, agradecendo e aceitando o convite de todos os teus lábios, que me convidavam obrigatoriamente a adentrar, com palavras e apertos aveludados e úmidos. Escorria prazer entre tuas pernas.

Nos transformamos em animais, bichos selvagens, sem pudores, sem nojinhos. A selvageria de matar minha fome de você fazia com que eu entrasse com mais força a cada ida e volta. Ali mesmo eu apaguei teu incêndio... Uma, duas, três vezes. Com raiva, com força, com fome. Ali resolvemos tudo. Ali não existe problema, apenas solução. Ali não há espaço para perda de tempo, para infelicidade inventada, apenas cabe o prazer da fidelidade dos nossos corpos. Ali nós fomos felizes. Ali, somos felizes para sempre. Pelo menos até amanhã.

(Marcos Ubaldino)

quarta-feira, 14 de maio de 2014

O Mentiroso (In) Feliz


Então, ele percebeu claramente que verdades machucam, mesmo que sinceras, puras e inocentes. Elas rasgam violentamente a esperança tirando-lhe a vida, mesmo esta sendo a última a morrer. Elas sufocam o último suspiro vital. A verdade torna-se inimiga da felicidade. Ela destrói a força do sonho e esfrega a dor da realidade na tua cara, cortando tuas asas e fazendo-lhe cair do alto das nuvens ao poço mais profundo.

Porém, ele escolheu o outro lado. Permitiu-se crer nas mentiras. Sim, ele agora prefere as fábulas da mentira, pois essas, diferente das verdades, confortam, acalmam e amaciam a felicidade. Agora, se deixa levar pelo aconchego das mentiras, descartando qualquer sinal ou manifestação da verdade. Vive a sua própria utopia, seu próprio mundo, permitindo-se viver de sonhos mentirosos a realidades verdadeiras. 

Um ato de coragem e manutenção da própria vida, da própria felicidade. Preferiu viver acorrentado na felicidade falsa criada pela utopia, que livre na realidade suja e cruel da vida. Assim ele optou e permitiu-se. Assim ele escolheu viver. Assim ele é o melhor que pode ser.

(Marcos Ubaldino)

sábado, 10 de maio de 2014

Tormentas de Um Passado que É (ra)


Necessito novas meias, novos livros, velhos sambas, novos goles, novos cheiros, velhos abraços, novos beijos, novos choros, velhos risos, novas camas, velhos amores, velhos vinhos, novos acasos, novas paixões, novos corpos, velhos corações, novos arranhões, velhas declarações... Novos motivos para ressuscitar minha vida e ter alguma graça.

Necessito você.

(Marcos Ubaldino)

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Derrota Desejada


Então, falou sozinho com a voz do pensamento:

- Adoro esse jogo de culpa... Minha soberba se enche achando estar com a certeza irrefutável, mas no fundo, me percebo o maior imbecil do mundo, fazendo de tudo para perder o que mais quero ganhar na vida.


Respirou fundo, fechou os olhos e soltou o ar, pensando que na expiração ela voltaria.

(Marcos Ubaldino)

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Baile de Máscaras


A vida é um grande e eterno baile de máscaras. Uma festa em que todos se fantasiam, sem exceção. Cada convidado tem uma gaveta cheia delas, mas é fantasiado sem escolhas, quem escolhe é a dona da festa. Então, a vida faz a distribuição das máscaras de acordo com seus próprios planos para cada convidado.

Um recebe, veste e festeja com a máscara da riqueza, outro com a do amor. Um da inveja, outro da dor. Um do sofrimento, outro da paixão. Um da fome, outro do pão. Um da tristeza, outro do choro. Um do orgulho, outro da verdade. Um da prisão, outro da liberdade. Um da traição, outro da fidelidade. Um do riso, outro da coragem. Um da força, outro da fraqueza. Um da igualdade, outro da incerteza. Um da conformação, outro da Revolução. Um da pobreza, outro da mentira. Um da vida, outro da morte.

Com tudo, a festa da vida é eterna, e se altera com o deus tempo. Hoje, quem se reveste da máscara da dor, amanhã vestirá a do riso. Ontem, quem vestiu prisão, hoje veste liberdade. Amanhã, quem calçar a máscara da soberba, na volta do garçom, vestirá humildade. A festa conduz o rodízio de fantasias, mas a forma de uso é de livre escolha.

As máscaras vão caindo e dando lugar a outras em um ciclo imortal. A festa não acaba nunca, só troca os convidados. Portanto, por mais poder que a dona da festa tenha sobre você, você é livre. Ela só pode fantasiar o exterior, mas não toca a parte de dentro. Ela limita-se a capa. Portanto, se ela lhe vestir a máscara da doença, seja saudável por dentro. Se lhe der a da soberba, seja humilde. Se lhe calçar a tristeza, grite de alegria. Se lhe vestir a dor, revista-se de amor.

O segredo é adaptar-se ao rodízio da festa, pois ela roda com força, sem avisar. Ela arranca e põe outra de acordo com os planos dela. Seja forte, mesmo que vestido de fraqueza. O interno tem força sobre o externo e é ele quem dita o ritmo da festa, independente de máscaras ou planos.

Aproveite a festa, beba tudo! Faça dela a sua própria... Afinal, ela só existe porque tem você como convidado.

(Marcos Ubaldino)

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Proclamação de Dependência


Hoje está proclamada a independência do meu coração. Sim, estou triste e saudosa... E briguei com ele também. A partir de hoje, meu coração é independente, basta-se apenas consigo mesmo e seus vasos sanguíneos. Não quer mais saber de outras correntes quentinhas perto dele. Ele esfriou. Mas sei que esse “hoje” é mais rápido que um sorriso amarelo. Sei que, amanhã ou até antes, ele voltará a sua dependência natural. Na verdade, eu acho que assim que acabar de proclamar minha independência, a dependência já reinará novamente. Na realidade mesmo, acho que neste exato momento ele ainda está dependente. Também, uma vida inteira não se transforma da noite pro dia, ou nos poucos segundos alegres de um sorriso amarelo.

Porém, mesmo sabendo disso tudo, sabendo que eu engano a mim mesmo dizendo palavras bonitas e desapegadas que só servem pra acariciar meu orgulho, que não passam de enganações próprias, que a dependência ainda continua e que isto não passa de um pequeno surto de raiva e carência que me encorajou por alguns minutos só pra demonstrar que não preciso de você... Mesmo sabendo tudo isso, eu acredito na minha mentira. Eu não preciso de você, meu coração que precisa. Isso mesmo, estou livre de você, basta convencer meu coração à se livrar também. Estou livre e condenada ao mesmo tempo. Você perdeu, bobão.

Sim... Me manterei nessa mentira confortante e vou fingir pra tudo, todos e pra mim mesma que não te quero nunca mais. Mesmo te querendo, eu não te quero.

Parei!

Dizem que somos o que acreditamos ser. Eu acredito que somos o que podemos ser. Não acredito ser uma mentirosa, mas posso ser uma. É, tá aí, escolho isso, ser uma mentira... Pelo menos até os poucos segundos alegres de um sorriso amarelo se entristecerem novamente. 

(Marcos Ubaldino)

sábado, 12 de abril de 2014

Pretéritos Imperfeitos do Tempo


O lado bom é que o tempo passa, e com ele, passam a dor, a angústia e o nó na garganta. O lado ruim é que o tempo passa, e com ele vai-se a irresponsabilidade da juventude, a pureza da inocência e todas as chances de poder errar. Pois é, o tempo leva muitas coisas, mas na verdade, eu queria mesmo é o passado. Abro mão da sabedoria adquirida, da experiência do tempo, e desejo com ardor e água na boca os erros do passado. A felicidade era lá atrás, contigo, não agora, não com ela. 

Antes um passado com choro por ter brigado contigo, que um presente com o sorriso de qualquer outra. O teu inverno polar de frieza é infinitamente melhor que o verão carioca de carinho dela. Tua tempestade é mais calma que qualquer pôr de Sol. O que me dominava, era a sua forma de me matar ficando longe e de me ressuscitar com um abraço e um cheiro nas desculpas. Prefiro mil vezes os teus erros, que os acertos de quem só me acompanha. O lado bom é que ela foi, o lado ruim é que eu fiquei... Sozinho. Antes a loucura do teu caos, que o marasmo da ordem dela. Ela não tem culpa, a culpa é tua... Não dela, nem minha. Ela não merece isso. Pare de ser tão insuportavelmente apaixonante e tenha a humildade de abandonar meus pensamentos, pelo menos na hora do trabalho. Na verdade, acho que a culpa é minha mesmo.

Que seja...

O tempo não serve pra nada quando se trata de um pedaço de si mesmo longe do próprio corpo. Afinal, a vida serve pra isso... Lamentar o presente, sonhar um futuro e desejar desesperadamente a repetição urgente do passado.

(Marcos Ubaldino)

quarta-feira, 26 de março de 2014

O Espelho Interno de Onze Lados


Eu sou o que eu quiser!

Mas...

No fundo, minha escolha é fruto das escolhas de outras pessoas que a mim tiveram de alguma forma. Que foram e, ao mesmo tempo ficaram. Minhas escolhas não são tão minhas. São resultados de emoções alheias vividas por um "nós", sem singular, sempre no plural. Eu sou um pouco do tudo de todos. Sou resultado de caminhos alheios, de vidas alheias, de histórias alheias. O que sou, o que me tornei, o que serei...

Nada é puramente meu. Nada me pertence. Eu sou tudo, eu sou o mundo... Eu sou você.

(Marcos Ubaldino)

terça-feira, 18 de março de 2014

Desilusão de um Arrependimento Insano


Logo cedo, pulou da cama, varou para cozinha e fez um café da manhã regado de açúcar e afeto. Enfeitou a borda da bandeja com uma foto dela e uma rosa vermelha. Tomou um banho límpido e pôs o melhor roupão. Penteou-se, perfumou-se e respirou fundo de felicidade, encorajando-se para a surpresa.

Subiu as escadas velozmente, num ritmo explosivo de alegria, abriu a porta do quarto com um sorriso que mal lhe cabia no rosto e, surpreso, com um ar choroso e os olhos marejados, avistou a cama vazia, preenchida apenas por saudade e lençóis brancos. Ela não estava lá.

Anestesiado de confusão e dor, derrubou a bandeja do café, manchando a foto e despetalando a rosa. Se jogou na cama, revirando os lençóis e enrolando-se na própria loucura. Acalmou-se, voltou à realidade e, chorando feito criança, deitou-se sussurrando o nome dela.

Ele morrera e não sabia, mas ela, ainda vivia dentro dele. Ela assassinava-o de saudade e ressuscitava-o de esperança, todos os dias. O ciclo era infinito. Ele morria e vivia, agonizando seu inferno de tê-la apenas em seus vãos pensamentos.

(Marcos Ubaldino)

quinta-feira, 13 de março de 2014

Verdade do Boêmio



No auge da tua reflexão, você compreende sem precisar aceitar.

Ele é assim mesmo, não tente pensar muito. Se contenta com um gole de cerveja, um tamborim e uma roda de amigos. Isso lhe basta para se achar feliz. Um pobre coitado... Espreme angústia até sair felicidade. Só precisa disso, este infeliz, pé rapado. Apenas exige que seu gole de cerveja venha de uma canela russa, que o tamborim cante a poesia de um Samba vivo e libertador, e que a roda de amigos exale alegria, choro e sorriso. Um vagabundo, um maldito Boêmio beberrão. Compreenda, ele é isso mesmo.

Ele não te traiu. Mesmo rabiscando o salão do boteco do Zezinho de tanto sambar com as partideiras, ele é fiel. Mesmo beijando Jurema e deitando-se com Damiana, ele é fiel. A canalhice é parte viva do que ele é por necessidade de ser feliz. O beijo de Jurema junto à quentura de Damiana, não chegam perto do mais distante pensamento em você.

O estandarte dele é você. Compreenda sem precisar aceitar que ele é isso por você. É o que o mantém vivo. Um pobre coitado que se limita aos sentimentos. Um malandro mais bobo que um palhaço, um mentiroso pior que criança, uma mentira mais verdadeira que a própria verdade. Pelo menos isso... Ele é o que é. A verdade é percebida no fundo de seu copo e confirmada no samba de seu pé.

Um infeliz mais feliz que pinto no lixo.

(Marcos Ubaldino)

sábado, 8 de março de 2014

O Doce do Menino


A loucura consentida pelo tesão da inconsequência não deixa de ser louca nem consequente. É uma explicação sem justificativa, é a liberdade de escolha acompanhada pela prisão do resultado. Porém, o momento brada mais alto que o preço a ser pago no carrasco futuro. É como se aqueles poucos segundos enlouquecedores fossem impagáveis, encorajando com força o pecado do pecador, ignorando o custo da cobrança inevitável.

Mas a realidade bate com força e não tem pena. A cobrança chega e você acaba por ficar no débito. A consequência da loucura tesuda custa caro e a coragem pecadora não é suficiente para pagar o preço.

No fim, resta apenas lamber-se as feridas dolorosas do arrependimento, saudar os enlouquecidos segundos de prazer, chorar o carrasco da dívida impagável e refletir a vida com a experiência que veio de troco.

(Marcos Ubaldino)

quinta-feira, 6 de março de 2014

A Perfeição de uma Utopia quase Real


Todos os amores são eternos. Mas quando o ideal é maior que a própria vida, o mesmo amor eterno, te abandona por reivindicar prioridade. O ideal se manifesta exigindo a mesma prioridade, e vence por ser maior que a própria vida. Não que o amor não seja maior que a vida, mas este, peca no egoísmo, no sentimento de posse e na abundância exagerada do coração. Enquanto que o ideal peca pelo altruísmo, pela liberdade e pela sagrada razão. Pena que os dois não caminhem juntos e não convivam em harmonia, o que leva à uma final em que apenas um saia "vencedor".

Mesmo assim, o amor continua eterno, enquanto o ideal, mesmo "vencedor", sente-se decerto infeliz, por faltar algo fundamental para sua filosofia ser perfeita. Enquanto isso, a vida vai tentando dar um jeito de ambos se completarem e serem felizes juntos, selando assim, a perfeição do sentimento.

(Marcos Ubaldino)

Rosa dos Ventos


No sul, deitada na cama e ouvindo Chico, ela admira angustiada o retrato dele. Ao norte, no sofá, ao som de Vinícius, ele venera o dela com profunda saudade. Sobram-se leste e oeste. Nordeste e sudeste.

A esperança é o centro, mas neste, existe um muro de orgulho burro, infantilidade, falsa independência, força frágil e felicidade aparente. Tudo de desnecessário que se usa para justificar distância. Como se fosse uma capa dura e pesada de um livro romântico, de páginas doces e leves. A distância prevalece enquanto o tempo passa.

Ela não sabe que, adorar a imagem dele, todas as noites, com lembranças saudosas e imaginações futuras, chorando de alegria e tristeza, não o trará de volta. Ele não sabe que, agarrar-se ao retrato dela, imaginando que poderia ser diferente, esperançoso que, cedo ou tarde, receberá uma ligação dela, não a trará de volta.

Destrua o muro do centro usando a raiva da distância. Crie uma ponte. Dois pontos, sul e norte, ela e ele. Vá direto, com impulso, sem olhar para os lados. Encontre ela. Tire novos retratos, venere os olhos dela, admire o abraço dele, sinta o cheiro, o gosto de vocês. Realize a imaginação e assassine a saudade. Que a força da saudade se transforme em calor na união dos corpos.

Quando a distância voltar, reconstruindo o muro central, fique triste, ouça Djavan e chore novamente, deitado na cama ou no sofá. Venere os novos retratos e relembre dos últimos momentos bons.

Aceite o ciclo, aceite o sofrimento. Ou então, construa uma ponte pelo nordeste.

(Marcos Ubaldino)

O Destino de uma Igualdade Estúpida


Então o homem com seu ego superior e macheza testosterônica, se impõe como macho Alpha da casa submetendo a mulher à um ser inferior, culturalmente falando. Ela, doce, atenciosa e carinhosa aceita tal rótulo, pois só quer também o carinho e a atenção de seu macho, culturalmente falando. Daí, ela se descobre traída e enganada pelo seu amado homem, que destruiu seu coração se deitando com uma "vagabunda da rua", culturalmente falando.

A mulher, traída e sem rumo decide erguer a cabeça, tocar a vida e seguir em frente. Jura pra si mesma nunca mais sofrer algo semelhante nas mãos de nenhum outro macho Alpha. Se torna independente e inconsequente. O macho Alpha que destruiu a relação por deitar-se com uma "vagabunda da rua", sente saudade mortal da esposa carinhosa mas, continua a trabalhar, a beber com os amigos, a ver seu futebol e a deitar-se com outras "vagabundas de rua", culturalmente falando.

A mulher, antes traída e sofrida, agora independente e inconsequente, faz coisas que antes não conhecia e se sente livre e feliz como nunca houvera antes. Começa a trabalhar, beber com as amigas, ver sua novela e a deitar-se com outros "machos Alpha". Com tudo, em casos, alguns desses "machos Alpha" tem esposas doces e carinhosas em casa, que só querem a doçura e atenção de seus "machos Alpha". Porém, ela não mais se importa, a liberdade inconsequente é maior que o zunido de uma consciência pesada pela traição alheia, culturalmente falando.

Portanto, a antes doce e carinhosa fêmea, que foi traída por uma "vagabunda da rua", que se tornou independente e vivente da vida, hoje, com a consciência sem peso algum, acaba por se transformar numa "vagabunda da rua". Mas ela não enxerga isso, pois seu ego feminista e inconsequente vendam seus olhos cheios de liberdade e felicidade. No fim, nem o macho Alpha e nem a esposa carinhosa "venceram" pela razão ou pelo perdão, a vitória é comemorada pela ironia e pela hipocrisia social. Culturalmente falando.

(Marcos Ubaldino)

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Vende-se


Uns vendem-se por dinheiro, outros por abraços, uns por vaidades, outros por sorrisos. Tudo tem seu preço, inclusive você. Sim, você tem um preço, assim como um lápis, um sapato ou uma casa. A única diferença tua destes é que, quem define o valor de si mesmo, é você.

E a força que move toda essa economia se chama satisfação. Você vale o que te satisfaz, vale o suficientemente satisfatório para si mesmo. Vale o que se permitir valer, se caro ou barato, o vendedor é você. Vender-se faz parte da vida, o escambo, a troca de objetos, emoções e sentimentos é a força motriz dessa viagem.

Portanto, venda-se! Mas não por dinheiro ou vaidade, e sim, por olhares devoradores, mordidas famintas, risos gargalhantes, tapas excitantes, beijos encharcados, sussurros arrepiantes, arranhões cicatrizantes, respirações ofegantes, apertos amaciantes, puxadas dominadoras, abraços pacificadores, palavras libertadoras. Venda-se sim, mas por satisfações perfeitamente inesquecíveis.

Custe caro! Que o teu sorriso valha um "bom dia", que teu abraço custe um "você está linda hoje", que teu obrigado valha um "conte comigo", que tuas lágrimas valham um "eu te amo". Que a felicidade valha o amor e vice-versa. Que se dê mais margem aos sonhos, para que pelo menos assim, a triste realidade seja vivível através das vendas de coisas suficientemente satisfatórias para nos tornar amados, amantes e felizes.

Só precisamos disso... Isso nos basta.

(Marcos Ubaldino)

Desilusão do Vagabundo


No oitavo copo ele disse:

"Se entregar-se for sinônimo de lágrimas, entregue-se para a mentira. Faça uma armadilha para si mesmo enganando-se. Finja a cerveja gostosa, finja sorrir de desapego, finja felicidade e acredite nisso. Engane seus pensamentos. Não precisa ser, basta parecer. Sim, é mentira, mas é tua. Se enganar é poupar lágrimas alheias e secar as próprias antes de caírem. Todos vencem. Transforme em bom, mentindo. Assim, parecerás eternamente satisfeito e satisfatório. O tempo faz acostumar, relaxa. A alegria do mundo depende de você. Postura! Esse é o segredo da vida."

Virou dois dedos e pediu mais um.

(Marcos Ubaldino)

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

O Papel das Flores


As flores são vivas, belas e perfumosas. Já foram símbolo de paixão, num passado longínquo. Hoje, servem como presente de despedida para os que já deixaram de participar do teatro da vida. É como se fosse um grito de dentro, que clama por redenção, perdão e arrependimento. É como se as flores fossem o remédio para um remorso mortal, do qual substituem tudo que se fez e não se fez enquanto vivos pela carne. As flores são o último beijo, o último abraço e o adeus para quem aprendeu com a perda.

No entanto, seria digno, se tais flores fossem entregues numa segunda-feira, na hora do almoço, acompanhada de uma caixa de chocolates e um bom vinho. Seria de muito mais apreço, se fossem entregues numa noite qualquer, enquanto ela chega do trabalho, junto de um livro e um copo d’água. Seria muito mais vital, se fossem entregues num fim de tarde, olhando o pôr do Sol, com a boca pronunciando um “eu te amo” vindo da alma. Seria muito mais inspirador, se fossem entregues por nada, pelo simples fato de se viver. Seria muito melhor, se fosse mais realidade e menos utopia.

O papel das flores é fazer chorar de emoção e não de tristeza. O cheiro delas deve lembrar vida e não morte. A simplicidade natural delas deve remeter à simplicidade da vida e fazer-nos perceber o quão estamos perdendo felicidade em busca da mesma. Flores indicam boa vida, vida risonha, vida alegre.

Quer uma dica?

Colha um milhão de flores, rosas ou margaridas, brancas ou vermelhas, grandes ou pequenas, pegue o que conseguir pegar e entregue para o mundo. Uma para cada pessoa. Flores para quem faz parte de você e de alguma maneira, te faz falta. Não espere, faça agora. Aprenda com o erro alheio, não com o seu.

Flores não nascem para viver em cemitérios, nascem para serem apalpadas, cheiradas e guardadas no coração das pessoas. O que importa está vivo, é na vida que se faz a diferença. Não presenteie o remorso com tão belas criaturas, presenteie a alegria do agora, de quem te faz bem. Comemore a vida com as flores, o papel delas é fazer amor. Vivas Flores, morte não!

Posso te dar uma Rosa?

(Marcos Ubaldino)

Da Incerteza Orgulhosa


Às vezes, ela só precisa de um sorriso.
Às vezes, ele só quer um olhar.
Às vezes, basta uma palavra para ambos.
Às vezes, basta uma oportunidade.
Faça!

(Marcos Ubaldino)

Ela


O "dom" natural de enganar com sorrisos, trejeitos, abraços, carinho, olhares, toques, cheiro, palavras e promessas. Consegue facilmente, fazer a mentira infernal das mais sujas, assemelhar-se a verdade divina mais pura e inocente, trazendo confusão suficiente para própria sabedoria duvidar-se de si. O poder real, que domina tudo e todos com um simples levantar da cadeira. Tem o que quer, a hora que quer, do jeito que quer. O baú de ouro no fundo do mar, que te faz mergulhar até as profundezas na esperança de satisfação plena, deixa-se levar sem fechadura alguma, e na volta, te faz morrer afogado na própria imbecilidade. O veneno com gosto de cerveja. O mal mais que necessário.

Prazer, mulher.

(Marcos Ubaldino)

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Nós


Até nosso sexo insano, selvagem, sujo e suado, se torna um pequeníssimo detalhe, perto de tudo que representas para minha alma e meu coração.

(Marcos Ubaldino)

Ciranda de Ciúmes


Os olhos não viram
O coração não sentiu
Mas...
A cabeça imaginou
A imaginação criou
A criação realizou
A realização fez-se verdade
A verdade foi creditada
A verdade criada, foi defendida
A defesa se idealizou
A ideologia venceu o amor
A palavra venceu o sentimento
...
Derrotado
O junto foi separado
A soma subtraiu-se
O dois tornou-se um
Um para cada lado
O amor perdeu
Mas prevaleceu
Sobrou a solidão do ideal.
E a vida continua.

(Marcos Ubaldino)

Do Levantar


Quanto mais alto,
Maior a queda,
Maior a dor,
Maior o choro,
Maior a cicatrização,
Maior a lição,
Maior a força,
Maior a compaixão.
Quanto mais alto,
Maior a alma.
Quanto mais alto,
Maior você.

(Marcos Ubaldino)