domingo, 18 de maio de 2014

O Chão que Resolvia Problemas


E ali terminavam nossos problemas, no chão sujo mesmo. Em meio às roupas e livros do teu quarto. A televisão ligada num volume baixo e somente nós dois...

Te esbofeteei a cara, te puxei o cabelo pela nuca, estapeei-te novamente e, com força, te desci, até teu rosto tocar o chão gelado. Joguei-te no chão, te fazendo cair de quatro, tal qual uma cachorra, pronta para ser penetrada. Você hesitou, mas quando te rasguei a intimidade da calcinha, se alegrou tanto que a alegria se materializou no tesão que escorria entre tuas pernas, sujando minhas mãos e minha língua. Você cheirava a tesão desvairado, algo louco, e pedia com autoridade de submissão, como uma mendiga por um pedaço de pão, para que eu entrasse em você. Te ajeitei os pés, enverguei-te em forma de arco, e enquanto tudo aquilo atrás de você, empinado, apontando para o alto, me encarava, deitei minhas mãos sobre tua cintura e caí com a língua dentro de você. Já encharcado de saliva, levantei, apertei com força as tuas ancas, puxando-a contra a minha em viagens de ida e de volta. Já estourando a cueca de tanta vontade, arriei minhas calças com pressa e entrei... Entrei fundo e fiquei.

Entrei com tanta força que te senti explodir na ponta de mim. Senti as batidas do teu coração no meu corpo inteiro, como se fôssemos um. Dançávamos a mesma música, no mesmo ritmo, com a mesma força, na mesma intensidade, com o mesmo suor, as mesmas unhas, os mesmos tapas, as mesmas mordidas, os mesmos gemidos, a mesma temperatura fervilhante. Um apenas. Entrei, e fui entrando várias vezes, agradecendo e aceitando o convite de todos os teus lábios, que me convidavam obrigatoriamente a adentrar, com palavras e apertos aveludados e úmidos. Escorria prazer entre tuas pernas.

Nos transformamos em animais, bichos selvagens, sem pudores, sem nojinhos. A selvageria de matar minha fome de você fazia com que eu entrasse com mais força a cada ida e volta. Ali mesmo eu apaguei teu incêndio... Uma, duas, três vezes. Com raiva, com força, com fome. Ali resolvemos tudo. Ali não existe problema, apenas solução. Ali não há espaço para perda de tempo, para infelicidade inventada, apenas cabe o prazer da fidelidade dos nossos corpos. Ali nós fomos felizes. Ali, somos felizes para sempre. Pelo menos até amanhã.

(Marcos Ubaldino)

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