sábado, 12 de abril de 2014

Pretéritos Imperfeitos do Tempo


O lado bom é que o tempo passa, e com ele, passam a dor, a angústia e o nó na garganta. O lado ruim é que o tempo passa, e com ele vai-se a irresponsabilidade da juventude, a pureza da inocência e todas as chances de poder errar. Pois é, o tempo leva muitas coisas, mas na verdade, eu queria mesmo é o passado. Abro mão da sabedoria adquirida, da experiência do tempo, e desejo com ardor e água na boca os erros do passado. A felicidade era lá atrás, contigo, não agora, não com ela. 

Antes um passado com choro por ter brigado contigo, que um presente com o sorriso de qualquer outra. O teu inverno polar de frieza é infinitamente melhor que o verão carioca de carinho dela. Tua tempestade é mais calma que qualquer pôr de Sol. O que me dominava, era a sua forma de me matar ficando longe e de me ressuscitar com um abraço e um cheiro nas desculpas. Prefiro mil vezes os teus erros, que os acertos de quem só me acompanha. O lado bom é que ela foi, o lado ruim é que eu fiquei... Sozinho. Antes a loucura do teu caos, que o marasmo da ordem dela. Ela não tem culpa, a culpa é tua... Não dela, nem minha. Ela não merece isso. Pare de ser tão insuportavelmente apaixonante e tenha a humildade de abandonar meus pensamentos, pelo menos na hora do trabalho. Na verdade, acho que a culpa é minha mesmo.

Que seja...

O tempo não serve pra nada quando se trata de um pedaço de si mesmo longe do próprio corpo. Afinal, a vida serve pra isso... Lamentar o presente, sonhar um futuro e desejar desesperadamente a repetição urgente do passado.

(Marcos Ubaldino)

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